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A vida de Sundays

A vida de Sundays

Arrumadinhos, despachadinhos, feitos ao bife, o caraças!

Este senhor é que sabe: "Mas quem é que não estava à espera desta merda? É normal Portugal perder com a Alemanha. É sempre a mesma merda. Qual é a novidade? É por isso que vamos desanimar? Por ter acontecido o que já se esperava? Claro que não. O jogo com a Alemanha era uma merda que tínhamos sempre de despachar. Pronto, está despachada. Ainda bem. Estamos prontos. Não estamos feitos"

 

Não estamos feitos, não senhor. Deixem-se de merdas. Há 10 anos perdiamos o primeiro jogo do europeu e chegávamos à final. O fardo está despachadinho e agora vamos conversar a sério. E aproveitem os próximos dias para ser produtivos, que isto de acabar o dia de trabalho às 17h são 10 ao zero para Portugal no campeonato que realmente importa.

Os géniozinhos de Portugal

Acabei de encontrar isto e ainda não estou em mim. Afinal o meu percurso escolar foi todo uma mentira! Meus senhores, a verdadeira fonte do conhecimento está aqui. Estes são os génios do futuro. As minhas descobertas preferidas:

 

"Quando os egípcios viam a morte a chegar, disfarçavam-se de múmia": claro que sim, os senhores que viviam nas pirâmides viam a morte a virar a esquina e pensavam "aaaah, aí vem ela, onde é que eu me vou esconder? Ah, está aqui um túmulo a dar sopa. Vou enrolar-me em papel higiénico enfiar-me aqui dentro, aposto que não vai dar por mim". É por isto que o Cavaco ainda anda por aí, deve ter descendência egípcia, o malandro.

 

"Na segunda guerra mundial, toda a Europa foi vítima da barbie nazi": eu já estou a imaginar uma Barbie linda e sexy a tentar pobres homens de família, engatá-los e levá-los para o seu covil. Chegados lá, os pobres rapazes esperavam uma bela noite de amor e tumbas, ficavam sem pilinha.  É que ela fazia isto todas as noites. E toda a Europa foi dizimada à conta deste belo serviço. Uma verdadeira desgraça.

 

"A idade da pedra começa com a invenção do Bronze": Ora, mas esta é óbvia. Toda a gente sabe que antes de se descobrir o bronze o mundo era feito de algodão doce e habitado por unicórnios. Não era?

 

"Quando o olho vê, não sabe o que está a ver, então ele amanda uma foto elétrica para o cérebro que lhe explica o que está a ver": O olho diz "cá vai distooooo", e o cérebro apanha. Por isso é que há pessoas retardadas, o olho às vezes falha os lançamentos e a bola vai ao lado. Já estou a imaginar esta triste alma a tentar justificar-se à namorada daqui a uns tempos "não amor, eu não estava na cama com ela, viste mal, a foto eléctrica que o teu olho mandou tinha erros, de certeza!"

 

"O índice de fecundidade deve ser igual a 2 para garantir a reprodução das espécies, pois precisa-se de um macho e uma fêmea para fazer o bebé. Podem até ser 3 ou 4, mas chegam 2": esta não percebo. Esta criança é um verdadeiro prodígio, sabe como funcionam as coisas e já domina o conceito de "quanto mais melhor".

 

"Pedofilia é o nome que se dá ao estudo dos pêlos": Se calhar não vou comentar isto... Err. Não vou mesmo.

 

"A Terra vira-se nela mesma, e esse difícil movimento chama-se arrotação": É o chamado terramoto, minha gente! Toda a gente sabe que de vez em quando a terra tem de fazer o seu processo de arrotação, isto fica tudo de pantanas mas são danos colaterais.

 

 

Tenho a sensação que, se fosse professora, corrigir exames nacionais era o ponto alto da minha carreira. Depois disto não podia pedir mais nada.

Coisas que eu oiço...

"O governo manda os jovens emigrar porque isso é uma fonte de rendimento para Portugal"

 

AHAHAHAH, esta acabou de ganhar o título de piada do mês. Ora então, eu, recém-licenciada, desempregada a finalizar o mestrado, se me decidir a ir para fora é, definitivamente, para enviar dinheiro à minha família que está a viver em Portugal e que, eu, a muito custo, sustento. Está então justificado o conselho do nosso estimado Primeiro-Ministro.

Não, amigos. Errado. Se por acaso algum dia optar ir para fora, é porque não tenho outra solução do que ir construir o meu futuro num lugar que me permita fazê-lo de forma mais digna. Um lugar onde possa optar por um emprego que me faça jus. Um lugar que apoie a família. Um lugar onde ainda permitam a existência e desenvolvimento da cultura. Um lugar com alma. Um lugar que me dê esperança. Não digo que mais tarde não poderia volta ao país que me viu crescer. Mas o objectivo de um emigrante hoje em dia não é sair, assim num lusco fusco de 2/3 anos em que consiga fazer o máximo de dinheiro possível para poder proporcionar à sua família uma vida digna. Os jovens emigrantes de hoje partem em busca de um futuro mais sorridente, são desprendidos, não deixam muito para trás. Tenho dezenas de amigos e conhecidos na casa dos 20 anos que partiram para o Reino Unido, França, Irlanda e por aí fora, que decididamente não sairam com o objectivo principal de ajudar a família, mas sim a si próprios. Sejamos realistas, não queiramos justificar o injustificável.