O 'meet' de Cascais aos olhos da comunicação social
O antes:
Correio da Manhã, 24 de Agosto, 00h31
O depois:
SOL, 25 de Agosto, 00h03
Estes são apenas exemplos daquilo com que me cruzei durante o dia de ontem. Não vale a pena dizer que o que aconteceu ontem em Cascais é obra de imigrantes, que são vandalos ou que deviam voltar para a terra deles porque isso é entrar na onda de falsos moralismos que começa a proliferar por essas redes sociais fora. Há gente mal formada nos quatro cantos do mundo e sim, é preciso mão pesada por parte da polícia para que o fenómeno não tome proporções incontroláveis. Mas o que mais me preocupa é isto: qual será a quota de responsabilidade dos meios de comunicação que divulgaram de forma gratuita o suposto meet que ia acontecer no concerto do Anselmo Ralph? Qual a necessidade de anunciar em praça pública um acontecimento quando o mesmo ainda não passava de uma suposição? E para quê referir o "pânico" no pós-concerto baseado em "relatos de ferimentos", sem dados concretos, numa altura em que ainda não se sabia muito bem o que tinha acontecido?
Eu compreendo que o sensacionalismo vende, eu reconheço o valor de um clique. Mas também acredito que o jornalismo que se faz em Portugal é capaz de muito melhor.