A feira do livro, dívidas literárias e outras coisas
Aqui há dias, o Sapo questionava-nos acerca das nossas dívidas literárias. Quando vi o tópico, em jeito de sugestão de publicação, sorri sozinha. Se eu tenho dívidas literárias? Tenho tanta coisa para ler, umas por obrigação, outras por opção, que o que mais acontece na minha vida literária dos últimos tempos é comprar livros que vão para a prateleira uma ou duas semanas depois (é o tempo que demoro a consciencializar-me que "vai ter de ficar para depois"). A verdade é que ultimamente tenho tantas leituras académicas para fazer, tantos projectos para terminar, tantas séries para ver, que, confesso, as leituras recreativas vão ficando acumuladas e vou prometendo a mim mesma que, quando terminar isto e aquilo, é que vai ser (pfff, tola).
Este sábado fui à feira do livro. Se há coisa que me dá prazer fazer, todos os anos por esta altura, é ir dar a minha voltinha à feira. Porque além de gostar de ler, gosto de livros. E não, não é a mesma coisa. Eu gosto mesmo do objecto físico que é um livro, gosto de olhar para o livro com o encantamento de saber que há um mundo lá dentro por descobrir, gosto do cheiro, do toque, de ler a primeira página e imaginar em que circunstâncias foi escrito, de onde veio a inspiração, o estilo... Bom, lá arrastei o meu rapaz e fomos passear no meio dos livros. E obviamente que a minha dívida literária ia aumentar. Aliás, eu já tinha premeditado o aumento. Desde o ano passado que recebo no mail a newsletter diária da feira com os livros que estão em promoção em cada dia, os "livros do dia". Com uma passagem de olhos rápida, percebi que o Anna Karénina ia estar a 16€ (quando o preço habitual é 32€). Obviamente que sai da feira com o grande calhamaço, feliz da vida!
Quando cheguei a casa a minha mãe perguntou-me: "Mas tu já viste a quantidade de livros que tens no quarto por ler?", ao que eu tentei explicar, muito calmamente, querida mãezinha, que os livros não têm prazo de validade e eu sei que todos terão o seu momento. Pode não ser agora, mas vamos ser felizes juntos. Por algum motivo a esmagadora maioria dos livros que tenho são comprados em promoções, há que aproveitar os momentos certos.
Sinceramente, estou perto de assumir a máxima "Livros no caminho? Guardo-os todos. Um dia vou construir uma biblioteca privada" (juro-vos que adorava!)
Os últimos derrotados da saga. Pior que estes só mesmo o Cem Anos de Solidão, lindíssimo mas ao mesmo tempo complexo. Ia quase a meio, fiz uma paragem de duas semanas e foi impossível continuar por já não me lembrar do raio dos nomes das personagens!
E o novo inquilino da minha mesa de cabeceira. Comprometi-me a ler pelo menos um capítulo por dia (alguns têm duas ou três páginas, não há-de ser difícil).