Esquerda ou direita?
Parece que hoje é o dia internacional dos canhotos. Diz-se que os que escrevem e executam a maioria das tarefas com a mão esquerda são mais inteligentes, que são mais rápidos no pensamento e utilizam os hemisférios do cérebro com mais destreza. Mas também são considerados desajeitados e, muitas vezes, discriminados, por coisas tão básicas como as tesouras - ergonomicamente adaptadas aos destros - não serem confortáveis ou pelas cadeiras da faculdade terem o apoio do braço do lado direito.
Então e os ambidestros? Para esses não existem dias comemorativos nem palmadinhas nas costas."Ah e tal, para esses é mais fácil porque tanto faz". Txeee, desenganem-se! Os ambidestros também sofrem. Não só porque não usam sempre a mão direita para todas as tarefas, como também porque não sabem qual é a mão/hemisfério/lado do corpo que devem utilizar porque, simplesmente, é indiferente.
Situações que envolvem a esquerda e a direita e que me tiram dez anos de vida de cada vez que acontecem:
1. Pôr a mesa é um processo mental complexo: afinal, de que lado se coloca a faca e o garfo? Não faço ideia. Se pensar um bocadinho e fizer uma viagem mental por vinte e quatro anos de refeições diárias, sou capaz de conseguir visualizar com que mão comem as pessoas à minha volta, mas é só isso.
2. Ter aulas de condução, ouvir o instrutor dizer "vire na próxima à esquerda" e ter de esquecer tudo o resto - embraiagem, travão, acelerador, pisca - para implorar ao cérebro que nos elucide, por favor!, quanto ao lado certo para virar. E rapidinho, de preferência.
Bom, nestas situações o mais comum é levantar-se as mãos, fazer-se um movimento esquisito com ambas, até compreender com qual é que se escreve (neste caso porque não fui brindada com a arte da ambidestria na escrita, valha-nos isso!).