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A vida de Sundays

A vida de Sundays

Uma questão de opção

Ora aqui está uma iniciativa que eu apoio: Keira e o direito ao peito pequeno.

 

Fica mais barato apoiar iniciativas deste género do que ir para a Corporación Dermoestetica, certo? Não se trata de fundamentalismos, é só uma questão de... opção. Uma pessoa se quiser até pode apostar em protuberâncias maiores, claro que sim! Mas para quê, quando a Keira diz que temos o direito de tê-las pequenas? Não sei quanto a vocês, mas eu estou apostadíssima em seguir esta tendência. 

 

E a seguir pode vir a Kim Kardashian dizer que ter um rabo com dois metros é que é bom e a Carolina Patrocínio confessar que come bolas de berlim todos os dias. E pronto, não preciso de mais nada para ser uma mulher feliz.

Aquele estranho momento... #2

 

Em que vemos esta imagem ser partilhada por esse facebook fora por almas caridosas, verdadeiros samaritanos, e sentimos uma pontinha de vergonha alheia. É que:

 

1. O facebook não vai doar um dólar nem coisa que o valha para ajudar doentes com cancro. O Zuckerberg é rico, mas não é parvo.

 

2. Vocês entenderam o ridículo de meter esta imagem a rolar na internet, não é? Digam que sim, vá lá!

O 'meet' de Cascais aos olhos da comunicação social

O antes:

 

Correio da Manhã, 24 de Agosto, 00h31

O depois:

 

 
SOL, 25 de Agosto, 00h03
Estes são apenas exemplos daquilo com que me cruzei durante o dia de ontem. Não vale a pena dizer que o que aconteceu ontem em Cascais é obra de imigrantes, que são vandalos ou que deviam voltar para a terra deles porque isso é entrar na onda de falsos moralismos que começa a proliferar por essas redes sociais fora. Há gente mal formada nos quatro cantos do mundo e sim, é preciso mão pesada por parte da polícia para que o fenómeno não tome proporções incontroláveis. Mas o que mais me preocupa é isto: qual será a quota de responsabilidade dos meios de comunicação que divulgaram de forma gratuita o suposto meet que ia acontecer no concerto do Anselmo Ralph? Qual a necessidade de anunciar em praça pública um acontecimento quando o mesmo ainda não passava de uma suposição? E para quê referir o "pânico" no pós-concerto baseado em "relatos de ferimentos", sem dados concretos, numa altura em que ainda não se sabia muito bem o que tinha acontecido?
Eu compreendo que o sensacionalismo vende, eu reconheço o valor de um clique. Mas também acredito que o jornalismo que se faz em Portugal é capaz de muito melhor.

Falar para o boneco

Somos animais de hábitos. Não há como negá-lo e, por muito que a frase seja cliché, não há muita coisa que seja mais verdade que isto. 

 

Habituamo-nos a esperar horas na fila para as finanças ou para a segurança social, mesmo sabendo que é absurdo.

Habituamo-nos à música que passa na rádio e que, apesar de terrivelmente pirosa, se vai entrenhando no ouvido até que a começamos a cantarolar.

Habituamo-nos ao humor matinal da nossa cara metade e aprendemos até onde podemos ir por muito que só nos apeteça corrê-lo a pontapé.

Habituamo-nos às meias e às botas depois de um verão só de sandálias (é só para mim que isto é horrível?)

Habituamo-nos a ver diariamente pessoas com quem não temos contacto há anos. Sabemos se estão mais gordas, onde jantam, que praia frequentam, como se isso nos oferecesse uma falsa sensação de companhia.

Habituamo-nos a partilhar a nossa própria vida - a nossa actividade física, o restaurante onde jantamos, a praia que frequentamos - com pessoas com quem não temos contacto há anos, como se isso nos oferecesse uma falsa sensação de felicidade.

 

Mas depois há o segundo nível, o do vício. Primeiro, o ser humano adapta-se, acomoda-se e depois... Bem, depois não há como voltar atrás. Ou haverá, mas parece que no caso da habituação (para não dizer dependência ou vício e correr o risco de ferir susceptibilidades) às novas tecnologias a coisa está mesmo negra. A última tentativa de contornar a nomofobia - sim, o medo de estar sem acesso ao telemóvel e às redes sociais é uma fobia - é a criação de um telemóvel que não funciona. Chama-se noPhone e promete fazer as delícias daqueles que sintam uma necessidade tão grande de tirar uma selfie que, pelo menos, podem fingir que o fazem. Não é fantástico? Mas vejam vocês próprios como funciona:

 

 

Simples, não é?

 

Eu, facebookinstagramodependente me confesso, e não me parece que ter um tijolo, energúmeno inútil a ocupar espaço e fazer peso dentro da mala vá substituir o meu pequeno portal de acesso ao mundo virtual e diminuir a minha presumível ansiedade. Mas isso sou eu, que não gosto de falar para o boneco...

 

Olhem, pelo menos frases como "falar para o boneco" ou "falar para as paredes" ganharam todo um novo sentido... Pelo menos isso.

Agosto pouco a gosto

Substituam o D+ por "tenho uma cabra de uma tese para terminar e tanta vontade para a fazer como de ir daqui a Fátima de joelhos" e, bom, o meu Agosto tem sido mais ou menos isto. Muito pouco a gosto. 

E se tentássemos uma relação mais a sério, verão? Um bocadinho de compromisso não te ficava nada mal. Vamos tentar que isto dure por mais de dois dias de cada vez?

Esquerda ou direita?

Parece que hoje é o dia internacional dos canhotos. Diz-se que os que escrevem e executam a maioria das tarefas com a mão esquerda são mais inteligentes, que são mais rápidos no pensamento e utilizam os hemisférios do cérebro com mais destreza. Mas também são considerados desajeitados e, muitas vezes, discriminados, por coisas tão básicas como as tesouras - ergonomicamente adaptadas aos destros - não serem confortáveis ou pelas cadeiras da faculdade terem o apoio do braço do lado direito.

 

Então e os ambidestros? Para esses não existem dias comemorativos nem palmadinhas nas costas."Ah e tal, para esses é mais fácil porque tanto faz". Txeee, desenganem-se! Os ambidestros também sofrem. Não só porque não usam sempre a mão direita para todas as tarefas, como também porque não sabem qual é a mão/hemisfério/lado do corpo que devem utilizar porque, simplesmente, é indiferente.

 

Situações que envolvem a esquerda e a direita e que me tiram dez anos de vida de cada vez que acontecem:

 

1. Pôr a mesa é um processo mental complexo: afinal, de que lado se coloca a faca e o garfo? Não faço ideia. Se pensar um bocadinho e fizer uma viagem mental por vinte e quatro anos de refeições diárias, sou capaz de conseguir visualizar com que mão comem as pessoas à minha volta, mas é só isso.

 

2. Ter aulas de condução, ouvir o instrutor dizer "vire na próxima à esquerda" e ter de esquecer tudo o resto - embraiagem, travão, acelerador, pisca - para implorar ao cérebro que nos elucide, por favor!, quanto ao lado certo para virar. E rapidinho, de preferência.

 

Bom, nestas situações o mais comum é levantar-se as mãos, fazer-se um movimento esquisito com ambas, até compreender com qual é que se escreve (neste caso porque não fui brindada com a arte da ambidestria na escrita, valha-nos isso!).

 

Guardiões da Galáxia: acção e conteúdo finalmente juntos

Que é feito dos filmes de acção vazios de conteúdo, com super-heróis que salvam o mundo com um estalar de dedos e são ocos que nem um côco por dentro? Eu sei que sou a pessoa mais crítica em relação a filmes do universo da Marvel, DC Comics e outros que os valham, mas este fim-de-semana fui ao cinema ver o Guardiões da Galáxia e sai extasiada com a qualidade de um filme que podia ser só mais um sem fim de clichês e frases feitas, daqueles em que se vê os primeiros cinco minutos e já topaste a história toda. Mas não, não não, nada disso. O Guardiões da Galáxia é muito mais do que super-heróis a salvar o mundo - ou, neste caso, a galáxia. Conseguimos, desde o primeiro minuto, criar empatia com as personagens, que são aqui muito mais do que armas mortíferas. Todos os protagonistas têm uma história de vida, fantasmas que os atormentam e uma causa pela qual lutam. Além disso, a dinâmica que estabelecem entre si é deliciosa, do início ao fim. Destaque para o guaxinim falador e a árvore mutante cujo vocabulário se resume a "I am Groot" (dá para acreditar que saí da sala com vontade de ter um pequeno Groot em casa?). A acção do filme também se desenrola de uma forma estranhamente descontraída e agradável, é puro entretenimento, minha gente! E a banda sonora? Um estilo muito soul que vai buscar hits dos anos 70 sem os quais não seria a mesma coisa.

 

Ide ao cinema, comai pipocas e disfrutai, meus fofinhos!

 

Se és gajo podes parar de ler por aqui. Meninas, atentem...
Pequena nota feminina: e o que o Chris Pratt mudou para fazer este filme, hein? Ao que parece, levantou o rabinho do sofá e trocou a vida sedentária por seis meses a dar no duro no ginásio. Nós por cá não levantamos objecções a esta mudança, pois não?

Alguns deviam ser para sempre

As primeiras recordações são do cientista amalucado que criou o pequeno pegajoso verde e saltitante. Também me lembro da velhinha de óculos que afinal era um senhor que se disfarçava de velhinha de óculos para se aproximar dos filhos. Ou do homem barbudo, deslocado temporalmente que apareceu quando os dados do Jumanji foram lançados e perguntou "what year is it?". Mas isto são tudo memórias de infância. Quando soube dar valor ao cinema e percebi que havia senhores que estavam lá desde sempre - pelo menos desde o meu "sempre" - e, esperava eu, para sempre, comecei a distinguir, num processo mental natural, os que o faziam com paixão, os simpáticos e humildes, aqueles que, ainda que vivendo do outro lado do mundo numa realidade muito diferente, têm uma capacidade natural de nos fazer sorrir e nutrir a nossa simpatia. Robin Williams era assim. É difícil aceitar que alguém que trouxe alegria a tanta gente, responsável por tantas gargalhadas e momentos felizes, tivesse - como aparentemente tinha - um estado de espírito tão inversamente proporcional.

 

Até sempre, Robin!

 

Peddy paper no Continente? Check!

Caixa do Continente. 11 de Agosto. 22h30.

 

Etapa 1

 

Biiip biiip biiip (produtos a passar na máquina registadora)

 

Funcionária: Estas embalagens de queijo (Limiano) não têm código de barras, faziam parte de um pack. 

O meu pai: Estavam assim soltas na prateleira...

Funcionária: Vou pedir a um colega que vá trocar.

 

Fala ao telefone. Vem o colega.

 

Funcionária: São estas embalagens, tens de trocar pelo pack.

O meu pai: Não, quero mesmo as embalagens individuais, que estão em promoção.

 

O colega vai buscar.

 

Longa espera.

 

Chega outra funcionária. Troca com a que estava na caixa.

 

Funcionária: Está na minha hora de sair. Boa noite.

 

Colega liga. Ouve-se a nova funcionária: "Sim, são de queijo... Mas qual é o queijo? Limiano? (silêncio) Sim, esses são 2,09€... Mas não sei o que combinaste com a outra colega... O que é que combinaste? (silêncio) Não sei, são de 200 ou 300gr? Eu não sei porque não era eu que estava cá... De 200gr? Eu não sei. Os clientes já têm o queijo...? Então tenho só de registar e não fazer mais nada? Err... Mas eu não sei o que vocês tinham combinado, se ela já tinha dado o queijo ou não..."

 

Pai: Não temos queijo nenhum. Eu quero duas embalagens de 200gr individuais. É só isto.

 

Funcionária ao telefone: "Ah, o cliente quer dois packs de 200gr"

 

Pai: Não... Quero embalagens individuais, não quero packs!

 

Funcionária ao telefone: "Ah, espera. São individuais. O cliente quer individuais. (silêncio)

 

Nova espera.

 

O colega volta com o queijo e as compras dão por terminadas.

 

 

Etapa 2

 

A caminho do carro, a ver o talão das compras:

 

Pai: Mas afinal o queijo ficou mais caro do que se fosse em pack! Tenho a certeza que não era este o preço que estava lá marcado...

Eu: Tens a certeza? 

Pai: Tenho. Mas também não quero saber. Não é pelo dinheiro, mas depois desta confusão toda...

Eu: Mas se tens a certeza vai lá confirmar.

 

Fomos. Chegámos ao frigorífico dos queijos. Queijo Limiano mais barato do que o preço registado na compra. Chamamos funcionário.

 

Funcionário: Sim, o preço é o que está marcado. A promoção acaba hoje, mas a esta hora ainda é válido. Eheheh. Se passou com o preço errado tem de ir ao balcão de informações e eles devolvem o dinheiro.

 

 

Etapa 3

 

No balcão de informações. Pai explica situação. Funcionária liga a colega.

 

Funcionária ao telefone: "Sim o queijo Limiano... Mas não estás a encontrar? Estás a ver nos queijos"

Funcionária para o pai: Estava ao pé de todos os queijos, na prateleira principal?

Pai: Sim...

Funcionária ao telefone: "O cliente diz que sim" (silêncio)

Funcionária para o pai: Estava perto do bacalhau? Ou estava na outra prateleira mais à frente?

Pai: Err... talvez. Mas olhe, eu vou ter com o seu colega e digo-lhe onde está.

 

Pai vai. Pai volta. Confirma-se que o preço foi mal registado.

 

MORAL DA HISTÓRIA: comprar queijo no Continente pode tornar-se uma odisseia. Sinto que perdi dez anos de vida.

 

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