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A vida de Sundays

A vida de Sundays

Sol, amor, podes voltar?

O tempo tem estado uma valente porcaria. E isto influencia o estado de espírito de uma pessoa, pois com certeza. Querem ver? Pois, se está de chuva o plano de ida para a faculdade estudar vai por água abaixo (era só mesmo a justificação que me faltava!), dar um jeito à casa fica para mais tarde (é preferível ficar no sofá, debaixo de uma mantinha) e toda eu entro em estado vegetativo mais poderoso do que o do Cardozo esta época. Pois bem, senhores manda-chuva aí de cima, isto já chateia! E porquê, porquê?! Não, claro que não é porque uma pessoa fica sem vontade de sair de casa para trabalhar etc e tal, com isso podemos bem. Mas quem é que suporta ver e ter coisinhas bonitas no armário e na montra de uma loja, mortinhas para sair da gaveta e não poder usar? É que eu já estou um bocadinho cansada de andar de calças, jeggings e collants! Apetece-me mesmo é vestir um bíquini, meter um vestido por cima e rumar até à praia. A minha última ambição-barra-desgosto (por ainda não poder usar, está claro) são os tríquinis e os fatos-de-banho. Acho a moda mais sexy e prática dos últimos tempos, alongam a silhueta e disfarçam gordurinhas. Com grande potencial de se tornar um fiel amigo, portanto. Só me deixam reticentes porque não me apetece propriamente ficar com uma mancha branca e por bronzear no corpo, mas como alternativa pontual ao biquini, é perfeito.

 

 

 

 

1. Calzedonia
4. Springfield

 

Estes dois últimos são os meus preferidos, pode ser que ainda sejamos amigos.

Pergunta pertinente de domingo à noite:

O que é isto que está a dar na SIC? Casais que já tinham idade para ter juízo e que enfrentam todo um sem número de provas "por amor"?

 

O que é pior?

 

1. A reciclagem que fizeram de grandes nomes da televisão portuguesa que outrora fizeram as delícias dos portugueses? Quem, quem?, perguntam vocês. A senhora e elegante Gisela do Masterplan e a cultíssima intérprete de grandes êxitos Cátia Palhinha, que se apresenta bem acompanhada pelo seu cônjuge que exibe a melhor e mais estilosa crista de Portugal.

 

2. O facto de uma das concorrentes dizer para a câmara: "Tudo o que eu faço aqui é POR AMOR, e é isso que me deixa feliz" e, logo a seguir, a mesma concorrente, agarrada ao pescoço do marido, incapaz de esconder tamanha felicidade, perguntar-lhe: "Então, quanto é que ganhámos?". 

 

Um minuto de silêncio por isto.

Depois não se queixem, está bem?

Sou da geração de 90 e, por isso, daquela que hoje se encontra nos 20 e poucos. Aquela geração apelidada de "à rasca". Aquela que, presumidamente e segundo o que se ouve por aí, aprendeu a viver com tudo e agora estranha as dificuldades. Que "não quer saber de política". Aquela que, quer queiram quer não, é a geração de um futuro muito próximo. Há seis anos que posso exercer o meu direito de voto, e há seis anos que invariavelmente, em todas as eleições, o faço. Não é que tenha grande fé nos que lá estão, não que me apeteça muito sair de casa, despir o pijama e mexer o rabinho até às urnas. Mas, porra, não é como se o voto fosse uma espécie de opção ali entre ir para a esplanada ou meter o lombo a assar na praia.

 

Hoje, mais uma vez, sai de casa com esperança que a afluência à minha mesa de voto, a da tal geração de um futuro próximo, não me deixasse envergonhada. Hoje, mais uma vez, as pessoas por trás da mesa de voto eram mais do que os eleitores. Do lado de cá era só eu. É triste. Depois não se queixem, está bem?

Coração dividido na final da Champions

Razões para torcer pelo Atlético: a minha tendência natural para estar pelos mais fracos. Eu sei, eu sei, que grande parvoíce. Mas sempre senti que o Real vivia no seu mundinho astronómico muito ao estilo de "tenho o rei na barriga". Sempre os achei um clube elitista com a mania que vivem numa realidade paralela e que comem tudo o que se atravesse à frente. O Atlético é uma equipa simpática que esta época está provavelmente a viver "A" época.

 

Razões para torcer pelo Real: o Fábinho Coentrão e o Dí Mariazinho. Mais o Coentrão, vá. Ex-benfiquistas que nos deram muitas alegrias e por quem ainda tenho um carinho especial. Ah, e claro está, o Ronaldo (embora este para mim seja um falso motivo. Se formos por aí, o Tiago também está no Atlético. "Ah e tal mas o Ronaldo é o melhor do mundo". E então? É mais merecedor do meu apoio? Não, não e não. Até consigo achar uma pequena falta de consideração apoiar o Real porque tem o português Ronaldo. Ambas as equipas têm jogadores da Tuga amigos!).

 

Posto isto, a 3 minutos do fim do jogo, o Atlético ganha e eu não consigo torcer por ninguém. O meu coração está dividido. 

La la la

Ainda não tinha ouvido a nova música com a maior das atenções, lalala para aqui, lalala para ali. Mais do mesmo. Pois que acabei de ver o videoclip da Shakira dedicado ao Mundial 2014 e não posso deixar de bater palminhas. A música foi adaptada à ocasião e agora soa o belo refrão "is it true that you want it? Then act like you mean it!", o que não podia fazer mais sentido para aquilo que pretende representar. Acho que todo o videoclip apela a um espírito de união bonito de se ver, gosto da presença dos jogadores, gosto do ar exótico, gosto das cores das bandeiras (Portugal com a devida presença!).

 

Eu que nem estava muito virada para viver o Mundial à séria, senti dentro de mim umas reminiscências profundas de um longínquo Euro 2004. Boa, Shaki!

 

Fui cobarde

Antes do jogo estava confiante. Com uma confiança inabalável. Era o nosso ano, desta vez ninguém nos podia travar! Também tenho para mim que a confiança excessiva é sempre um mau presságio. Mas o que é que eu podia fazer? Estava confiante, pronto. Meti de parte os pensamentos negativos e resolvi acreditar, torcer por ti e acreditar no golo que tardava mas que eu sabia que viria. Afinal, este ano ele acabou sempre por aparecer e com a força e a garra digna do maior do mundo nunca me deixaste ficar mal. Mas este 14 de Maio, contra todos os prognósticos, o golo não apareceu.

 

E eu estava tão nervosa. Digo-te, acho que nunca sofri tanto por ti como nesta final. O meu coração batia a mil, e as oportunidades falhadas e penaltis que ficaram por marcar deram cabo de mim. Como era possível que nada corresse bem? O que é que podia ser pior do que, na final europeia, uma equipa que mostrou durante uma época inteira estar ao nível dos melhores, se apresentasse apenas "assim-assim"? E um árbitro que parece fechar os olhos sempre para o mesmo lado?

 

Quando soou o apito final, já depois do prolongamento, desisti. Não fui capaz de ver os penaltis e sofrer contigo e por ti. A ansiedade era muita e o medo da possibilidade de ver espelhada nos vossos rostos a tristeza de mais uma oportunidade perdida, ainda maior. Fui cobarde, eu sei, mas tenho dificuldade em lidar com situações que estão fora do meu controlo. E do vosso. Fechei-me no quarto e meti os auscultadores nos ouvidos o mais alto que me foi possível. Não queria ouvir, só queria o resultado final. Não é desculpa, eu sei, mas os penaltis são como o totoloto, a vitória cai para o lado que calhar e desta vez não foi para o nosso lado. É tão simples quanto isso. Nada invalida a vossa grandeza e a felicidade que já nos deram.

 

Não consigo deixar de sentir a ridícula sensação de culpa por não ter estado lá, colada à televisão a torcer por vocês com cada músculo que tenho no corpo. Há uma parte de mim que estupidamente acredita que isso podia ter feito a diferença. Desculpa-me, meu Benfica. És grande, sempre.